segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A musica do futuro

Em cada época da história sempre existiram músicos que pegaram o bastão da evolução e levaram a música para um próximo nível.
Cito músicos como Bach, Mozart, Stravinsky, Louis Armstrong, Green Miller, Charlie Parker, Miles, Coltrane, Chucho Valdez, Villa Lobos, Pixinguinha, Tom Jobim, Elis Regina, Hermeto Pascoal, Guinga e Hamilton de Holanda.
Falar da música do futuro é como falar sempre de algo que está muito distante de nossa geração, ou que não precisamos nos preocupar agora. Mas a percepção muda se você inverter o pensamento e entender que ela sempre esteve entre nós.
A diferença é que o novo causa medo e confundi os sentidos, fazendo com que poucas pessoas participem dele em seu momento presente.
Parece que estamos sempre a um ou dois passos do tempo.
O interessante é que a música sempre expõe um tema ou ênfase que dá o seu destaque para o tempo presente, Como as escalas simétricas, diminuta e tons inteiros, onde o ciclo idêntico de intervalos está a uma ou duas notas, isso com Stravinsky, o Blues que trata da emoção traduzida com ênfase na b7, b3 e b5 com Armstrong, as Big Bands com Green Miller, Duke Ellington, onde a ênfase era a elaboração de temas organizados para um grande grupo de jazz, o Bebop o onde a ênfase eram as notas tocadas sobre a harmonia, o jazz modal onde as melodias se tornaram verticais enfatizadas nos acordes da escala e alguns outros avanços voltados para notas melódicas. Depois de tudo isso a música evoluiu para os ritmos que aparecem todos os dias e por último ela traz os timbres, e são esses que por último ditam o novo no momento. Parece que as demais coisas vem como ferramenta, mas o timbre ou som diferente e não estático tem sido o bebê que a música carrega no colo, e mesmo a diversidade de ritmos se tornam apenas o penúltimo passo e apoio para a infinidade de timbres novos que sussurram o presente momento. E porque? Porque está totalmente ligado a tecnologia. Estão em paralelo com a evolução do momento que é a informação continuada e dinâmica. Sem dúvidas que a música eletrônica sofre um real preconceito, mas ela está ai não se importando muito para as rejeições e estabelecendo seu lugar junto ao momento que a humanidade vive que é o novo a cada micro momento. As pessoas estão buscando isso de alguma forma com a música acústica e eletrônica consciente ou inconscientemente.
Os avanços da música passearam da mesma forma como os avanços da tecnologia, onde aquilo que antes era inovação deixa de ser novo e passa a ser apenas ferramenta. Interessante notar que o avanço da música no último século trás uma ordem em cada momento que traduz a seqüência dos três elementos, melodia, depois a ênfase na harmonia, depois de algum tempo no ritmo e então outras sutis e relevantes mudanças.
Vejo isso no choro, que veio com ênfase nas melodias, mas que depois de um tempo as novas harmonias começaram a ditar um novo momento e por último a ênfase está nas inovações rítmicas e também novos timbres.
Há muito o que se falar, mas o que desejo chamar a atenção, é que quando pensamos em música futurística logo esquecemos que não é ela que vai chegar, e sim que a maioria de nós não consegue acompanhar ou se atualizar no momento presente.
Somos dotados de gostos, egos, medos e glórias também, e por isso as vezes parece que a maioria vai viver exatamente no tempo ou estação musical que tem a ver com seu gosto, estilo de vida ou mesmo o conforto de sempre fazer aquilo que já aprendeu.
Por isso quando algo novo acontece poucas pessoas acompanham e isso se torna estranho, esquisito, as vezes rejeitado, e é normal porque a música não impõe nada, ela é percepção.
Perceber não o que mudou, mas o que pode estar diferente ou o que já não tem o mesmo poder como antes. Muito embora sempre vai haver lugar e ambientes para tudo já criado, mas a necessidade que as pessoas tem do novo faz com que elas habitem ambientes onde o novo está. Não que o antigo não tenha valor, mas o som da música é dinâmico e constante. Algumas pessoas vão até ele e outras pessoas vão descendo nas suas estações e por lá ficam. Não avançam e quando vão tentar pegar o trem de novo, já não tem o mesmo vigor.
O novo sempre vem e parece que muita coisa mudou em como a música nos últimos anos se apresentou. Difícil é aceitar a mudança, porém a não aceitação no máximo vai te deixar em alguma estação anterior.
O preconceito abala a percepção de muitos também e com isso acabam deixando o vagão e vivendo suas vidas musicais em um tempo distinto e estático, porém não sem a possibilidade de mudar.
Pois o trem da música moderna sempre passa, mas sempre vem novamente levando aqueles que necessitam de viver o momento presente que é o futuro em sí, pois o futuro é o momento do agora, onde você aprende a viver com o que está acontecendo e não com o que espera acontecer. Por isso nem sempre as pessoas avançam, porque na verdade estão esperando algo que não vai chegar, porque já passou enquanto você ficou parado.
Não é desonroso em nada você viver continuamente um tempo musical que está vivo, mas que já passou, pois tudo está acontecendo ao mesmo tempo, como uma linha vertical de passado, presente e futuro. Melodia, harmonia e ritmo. Mas o lance para quem deseja o progresso é perceber o que está acontecendo como novo no momento chamado agora.
Qual a ênfase? Quem lidera isso? O que posso pesquisar para acompanhar? Como posso me adequar já que me interesso?
A partir da busca ou da percepção vem o momento de romper com o velho e seguir o novo, as vezes sem saber muito o que virá, mas vivendo o que existe no momento, pois a música, o som, não espera por ninguém.

Ademir Júnior
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O cavalo

No xadrez o cavalo é uma das peças mais eficientes.
Poderiam ser escritos livros apenas sobre ele e sua função.
O cavalo defende com eficiência o rei,
Ataca até esmagar o rei adversário.

A partir do centro o cavalo pode formar uma morada e dominar até oito casas adjacentes.
Se ele avança até a sexta casa, será um sinal de desespero para todas as peças.
E se ele estiver em harmonia com o outro cavalo?
Pronto, está lançado o caos no campo inimigo.

Mas uma das coisas que mais me impressiona no cavalo é o recuo.
A estratégia de recuar e procurar uma melhor casa como posição é fantástico.
Recuar é um sinal de humildade e de visão.
O avanço sem cuidados pode se tornar uma ruína para todos em volta.

Um cavalo sozinho não vence a partida,
É uma peça que se harmoniza com as demais e serve de apoio para o avanço e posicionamento de todas as outras.
Não só ocupa mas, coordena as casas em sua volta como uma circunferência.
Coisa que somente ele faz, pois alcança a casa de cor contrária a que está.

Grandes princípios de vida podem ser extraídos por meio dessa simples peça de xadrez.
Seu alcance é a curta distância, mas lida com o raio em sua volta e pode ser apoio para grandes ataques.
Um cavalo pode coordenar com maestria a coroação de um peão.
Se torna intocável a partir da quinta casa se os peões já avançaram pelas casas ao lado.

Pode dar um xeque no rei e na rainha simultaneamente sem se quer ser ameaçado por ambos.
Pode ameaçar oito peças sem que essas lhe ofereçam perigo.
Subestimar seu avanço pode ser fatal.
Há muito o que aprender com o cavalo.

Sou fã dessa peça no xadrez.

Ademir Junior